As oportunidades que o mercado da reciclagem automotiva oferece fazem parte da programação da Ecomondo Brasil – Feira de Soluções Tecnológicas para Gestão da Sustentabilidade, que acontece entre os dias 21 e 23 de maio de 2019, no São Paulo Expo (SP). O objetivo é fomentar a economia circular na reciclagem e remanufatura de peças, uma vez que com o aumento da frota de carros no Brasil e no mundo, torna-se crescente a preocupação sobre a destinação da chamada “sucata automotiva”.
Em diversos países, como Estados Unidos e Japão, a prática do reaproveitamento já é comum, com grau de reciclagem de mais 80% do total da frota. No Brasil, esse processo ainda é baixo, representando apenas 1,5% de sua frota, segundo avaliação do Sindinesfa (Sindicato das Empresas de Sucata de Ferro e Aço). Além do benefício econômico que a atividade produz, a reciclagem automotiva também proporciona ganhos ambientais. Estima-se que um carro reciclado equivale a menos 3,700 kg de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera. Durante o processo de desmonte, fluídos e outros materiais que não podem ser aproveitados recebem uma destinação ambientalmente correta, diminuindo risco como o de contaminação do solo e da água. A reciclagem também soluciona o problema do abandono, que normalmente representa riscos para a saúde pública com a proliferação de doenças. Carros degradados e expostos ao tempo podem tornar-se criadouros do mosquito como o da dengue.
Por isso, o projeto da Ilha da Reciclagem Automotiva, desenvolvido em parceria com o INRA – Instituto Nacional da Reciclagem Automotiva, vai mostrar como é feita a reciclagem e o recondicionamento de automóveis, que terão suas peças desmembradas, demonstrando in loco a reciclabilidade de cada componente. Por ser o primeiro evento nesse modelo a ser apresentado no País, Luiz Fernando Oliveira, Project manager da Ecomondo Brasil, acredita que a iniciativa vai criar uma interatividade entre o público e as empresas. “Essa aproximação deverá favorecer o acesso as tecnologias, os visitantes vão entender um pouco mais sobre cada setor que está ligado direta ou indiretamente a esse mercado, para que possam trocar informações e, até mesmo, gerar novos negócios no âmbito da reciclagem”, salienta.
Arthur Rufino, CEO da JR Diesel, uma das maiores empresas do setor, que atua no mercado de peças de reposição seminovas para caminhões da linha pesada, valida que muito além dos aspectos de recuperação de energia e reciclagem de materiais, o mercado da Reciclagem Automotiva habilita a Economia Circular do Veículo Automotor com a organização do reuso, logística reversa para remanufatura e reciclagem. “Além disso, democratiza o acesso à manutenção de veículos de menor demanda e estrutura a oferta de autopeças usadas legais, o que reduz o roubo de veículos e, consequentemente, o latrocínio. Quando o mercado percebe o tamanho da oportunidade por meio de um evento como a Ecomondo Brasil, garantimos que mais empresas estejam engajadas nesse tripé econômico, social e ambiental da cadeia automotiva”, afirma o executivo.
Dessa forma, a Ilha de Reciclagem Automotiva é uma oportunidade para as empresas que atuam no setor colocarem sua marca em evidência frente aos profissionais que decidem e influenciadores do mercado.